MAELSTRÖM

A Casa de Cultura Mario Quintana

convida para a estreia
do espetáculo multimídia (cinema, literatura e música)

MAELSTRÖM

em homenagem ao bicentenário de nascimento de Edgar Allan Poe

apresentado pelo grupo

UM OLHAR SÓ
Tomaz V. Borges (cineasta)
Paulo Bacedônio (poeta)
Carlos Bica (músico)

Sábado, 26 de Setembro de 2009, à 1:00 h (da madrugada)

Local: Acervo Mario Quintana – Mezzanino
Casa de Cultura Mario Quintana
Rua dos Andradas, 736 – Centro
Porto Alegre – Rio Grande do Sul
Brasil

Parceiros Culturais:
Acervo Mario Quintana/CCMQ
Instituto Cultural Português
Revista Literária Paralelo 30
Casa do Poeta Latino-Americano

VUELO DE IDENTIDAD

No moriré ahora.
Un día entero se desata frente a mí.
Drummond de Andrade

María Reiche
nos vio
caer volando
bajo el cielo de arena

Nasca fue nuestra muerte

Sobre
las bolsas de plástico
nuestros cuerpos
se alinearon azules
sin conocerse
el cráneo asombrado
carbonizados los muslos
sangrando la entrepierna

Los peritos
identificaron
nuestros dientes
las cavernas sin párpados
las horas digitales
nuestras líneas terrestres

Esquirlas
de aire entre los brazos
documentos atrofiados
geometría del espacio
sin ropa
sin manos
emparentados con las aves.

Óscar Limache (1958)
Nació en Lima, Perú. Poeta y educador. Obtuvo el Premio Copé de Oro en la IV Bienal de Poesía 1988 con el poemario Viaje a la lengua del puercoespín (1989), reeditado en Lima (1994), en La Habana (2002) y en México (2008). Ha publicado, entre otras, las seguientes obras: Un año con trece lunas. El cine visto por los poetas peruanos (Lima, 1995), Selección nacional (Lima, 2000, 2001, 2004), Desde la aurora. Antología poética de Los Reyes Rojos (Lima, 2003), Vuelo de identidad (Toluca, 2004; Lima, 2005; Pucallpa, 2009, Lima 2009), Otra selección nacional. Veintidós poetas peruanos del siglo XX. En: Revista Norte/Sur Nº 19 (Toluca, 2008). Ha participado encuentros literarios en su país y en Cuba, México, Brasil y Uruguay. En la actualidad forma parte del equipo de investigadores del Centro Peruano de Estudios Culturales, es vicepresidente de LEAMOS Asociación Peruana para el Desarrollo de la Lectura y director de Páginas del Perú, portal de internet dedicado a la difusión del libro peruano (www.paginasdelperu.com).

Published in: on setembro 19, 2009 at 1:14 am  Deixe um comentário  
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JUCA, A MATUMBOLLA

(fragmento do extenso poema narrativo sobre uma lenda africana)

N’aquela nítida estância,
Sob um aspecto celeste
Porque tudo se reveste
De encantos de tal condão?
Era asilo misterioso
Que ali tinha oculto e aberto
Para o gênio do deserto
A fada da solidão?!

Era a mansão encantada,
Imersa em subtil perfume,
Habitação de algum nume,
De algum duende gentil?
Ou de um dos anjos divinos
Era acaso a doce gruta,
Longe da mundana luta,
Nas flores de eterno abril?!

Era. Dos anjos que em volta
De Deus se agrupam, recrescem,
Alguns há que à terra descem,
E é anjo a virgem também;
E ali morava uma virgem
D’essa pureza serena
Que nenhum mal envenena,
Que inda não manchou ninguém.

Chamava-se Juca. Nunca
Formosura tão completa
Deu em sonhos o poeta
A deidade que o seduz:
No rosto a beleza casta,
No corpo esbelto elegância,
Nos lábios suave fragrância,
Nos olhos um céu de luz!

Ernesto Marecos (1836- ? )
Nasceu em Portugal e estudou em Coimbra. É considerado poeta angolano pois, a partir de 1855, aparece em Luanda (Angola) como funcionário e colaborador da imprensa local. Mais tarde retira-se para Goa (Índia), fato que está documentado em alguns dos seus poemas. Publicou: Juca, a Matumbolla (1865); Folhas sem flores (s. d.).

Published in: on setembro 19, 2009 at 1:04 am  Deixe um comentário  
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NEM MAIS, NEM MENOS

Amar-te mais – fora loucura,
Amar-te menos – impossível.

E tanto amar-te,
Amar-te assim
Deus só concede
Na terra a mim.

Se perto de ti contemplo
O brilho dos olhos teus,
Qual cego que a recupera,
À luz deslumbram-se os meus.

Se de mais perto os contemplara,
Ícaro novo, no chão tombara:
Amar-te mais fora loucura.

Debalde fujo
Ao teu amor
A um teu olhar
Perco o valor.

O teu poder é invencível,
Amar-te menos – é impossível.

Arthur Candal (1857-1924)
Nasceu em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Funcionário público desde 1878, exerceu um grande número de cargos públicos. Foi também professor em vários colégios da Capital. Desenvolveu atividades como jornalista, tendo sido redator-chefe de A República, em 1894, e redator de Atualidade, em 1911. Foi sócio da Sociedade Parthenon Litterário, fundada em 1868. Deixou ainda algumas poesias nas páginas dos jornais de Porto Alegre. Obras: Musa ligeira, poesias, inédito; Gramática alemã, filologia, inédita; Origem da língua portuguesa, estudo-tese, inédito; A partícula se, inédito; A pecadora, conto, Revista Mensal do Partenon Literário, n° 7, 1877.

Published in: on setembro 19, 2009 at 1:00 am  Deixe um comentário  
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A AMAZONA

Junto a um negro corcel ei-la fitando
Um velho pagem que, medroso, a encara;
E, num ímpeto, o junco levantando,
Zurze do pagem fortemente a cara!

Não se movera o velho; o olhar baixando
Toda a raiva e vergonha disfarçara,
Enquanto ela não viu solta, rolando
Ir sobre a areia a sua liga clara.

Depois agita a cabeleira altiva,
Salta no dorso do ginete bravo
E, rindo, a espora sobre as ancas criva…

Vendo-a sumir-se pela estrada afora,
O velho pagem, namorado escravo,
Apanha a liga, beija-a… beija-a… e chora!

Leopoldo Souza (1871-1897)
De nome completo Leopoldo Augusto de Souza. Nasceu a 4 de fevereiro de 1871, na cidade de São Luiz, capital do Estado do Maranhão, Brasil, e faleceu a 23 de junho de 1897. Poeta, jornalista e funcionário postal no Estado do Pará. Obra poética: Sombras (1890).

Published in: on setembro 19, 2009 at 12:56 am  Deixe um comentário  
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ODE ANACREÔNTICA

A Ulina

Vou contar-te, bela Ulina,
Minha sonhada ventura,
Que não bastou ser sonhada,
Também foi de pouca dura.

Sonhei que Amor te ferira
Com seu dourado farpão;
E te guiara a meus braços,
Pela sua própria mão.

Que, os lindos olhos erguendo,
Em mim maviosa os fitavas;
E que apertando-me ao peito
De ternura suspiravas.

Então cuidei ver a terra
Toda vestir-se de flores,
E minha glória aplaudirem
Os alígeros cantores.

Cuidei que nuvem de aromas
Em torno a nós se espessava,
Como a que Jove, no Ida,
De Juno em braços, fechava.

Mas quando em teus róseos lábios
Faminto beijo imprimia,
Forte argolada na porta,
O sono me interrompia.

Antes do que esse importuno,
A morte houvera de ser,
Fora feliz pois morrera
Nos êxtases do prazer.

Costa e Silva, de nome completo José Maria da Costa e Silva (1788-1854)
Nasceu em Lisboa, Portugal. Poeta, crítico, dramaturgo, tradutor. Depois de estudos clássicos, que levou muito a sério, e que posteriormente prosseguiu com entusiasmo, entrou para o funcionalismo público, chegando a ser diretor de secretaria e escrivão da Câmara Municipal de Lisboa. Grande estudioso da literatura antiga e moderna, teve o mérito de, em Portugal, ser um dos primeiros que chamaram a atenção para os poetas ingleses e alemães, numa época em que só eram considerados modelos os autores da antigüidade. Escreveu, entre outras, as seguintes obras: O passeio, poema descritivo; Poesias, em três volumes; D. Sebastião; D. João de Castro, peças teatrais.

Published in: on setembro 19, 2009 at 12:52 am  Deixe um comentário  
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palavra empunhada

heróica
a palavra exercita lágrimas
com prantos públicos de alegrias e risos
sopra liberdades

emudece nos palanques da mentira

pois não gea ao coração do sol
não conduz às minas do rei salomão
nem ao júbilo do paraíso impossível

mas promove conquistas infalíveis
aos que se sacrificam
por ferirem seus sonhos mãos cérebros
com calos bolhas e baixas aos calabouços

poesia e homens verdadeiros
empunham a palavra solidária
para romperem a pedra dura da miséria.

Rossyr Berny (1952)
Nasceu em São Gabriel, Rio Grande do Sul, Brasil. Poeta, romancista, editor, tradutor. É jornalista e mestrado em Teoria da Literatura pela PUCRS, e professor pela faculdade São Judas Tadeu. Desde 1973 reside em Porto Alegre. Publicou, entre outras, as seguintes obras: Homem-Autômato (1976); Invernia (1982); Antologia poética (1984, 2ª edição 1985); Revelação das sombras (1992); Percursos do feroz cotidiano (1997); Estações do homem (2000); Entreguem o matador à família do morto – Brasil 500 danos (2002); Amor tsunami (2006).

Published in: on setembro 19, 2009 at 12:50 am  Deixe um comentário  
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MANIFESTO CONTRA TODA A LUCIDEZ

Não Vou deixar de voar,
Por causa do granito ou do concreto,
Dos mísseis, das ruínas desoladas…

Não vou tirar meus pés do ar,
Só pra pousar nesse Deserto,
Só pra ver minhas Asas alquebradas…

Não vou deixar de voar,
Só por causa do que afirma a Lucidez,
Eu venero as alturas…!!!

Não vou tirar meus pés do ar,
Só pra concordar com a Sensatez,
Que essas noites todas são escuras…

Não vou deixar de voar,
Só pelo que julgam certo, normal e correto,
Só porque existe Alguém pra me julgar…

Não vou tirar meus pés do ar,
Porque não acredito na Certeza do reto,
Sei que e o céu é meu lugar…

Não vou deixar de voar,
Porque, lá embaixo, sou presa,
Porque, aqui, em cima, sou fera…

Não vou tirar meus pés do ar,
Porque não acredito em certezas,
Porque ressuscito quimeras…

Angelita Soares (1965)
Nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. É formada em Letras, pela FAPA e pós-graduada, pela Unilasalle, em Leitura e Produção Textual. Recebeu várias premiações em concursos literários. Pertence à Academia de Artes e Letras de Porto Alegre. Atua como catequista, na Paróquia Santíssima Trindade, pois acredita na formação moral, intelectual e espiritual das crianças e adolescentes, como vias de acesso a um mundo melhor. Está escrevendo dois novos romances: O Despertar das Profecias e A Neve do Averno.

Published in: on setembro 19, 2009 at 12:47 am  Deixe um comentário  
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QUINTANARES E MELODIAS - SARAU POÉTICO-MUSICAL

QUINTANARES E MELODIAS - SARAU POÉTICO-MUSICAL

CONVITE PARA O SARAU COM RITMO – 5 ANOS DE ATIVISMO CULTURAL

A Academia de Letras e Artes de P. Alegre e o
Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo
têm o prazer de convidar para

O SARAU COM RITMO ESPECIAL
50º Sarau produzido por Benedito Saldanha
5 ANOS DE ATIVISMO CULTURAL

Data: 10 de setembro de 2009 – Quinta-feira
Horário: 19:30 h
Local: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo
Auditório Barbosa Lessa (4º andar)
Porto Alegre – RS

Show musical: Banda “Os Mesmos”

Apresentação: Fernanda Blaya Figueiró

Divulgação: Fone 9336-6540

Site: http://www.beneditosaldanha.com

“Compareça e compartilhe deste momento importante
da trajetória de Benedito Saldanha”