SARAU POÉTICO-MUSICAL “CANÇÕES”

CONVITE

O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria de Estado da Culrura,
Casa de Cultura Mario Quintana e Acervo Mario Quintana convidam para o sarau poético-musical “Canções”, intercalado por músicas francesas e interpretação de:

Jairo Klein (ator)
Floreny Ribeiro ( poetisa)
Antonyo Rycardo (violão)
Samuel Costa (acordeão)

Apresentação: Floreny Ribeiro

DIA: 21/05/2009
LOCAL: Quintana’s Bar – mezanino/CCMQ
HORA: 19 horas
Rua dos Andradas, 736 – Porto Alegre – RS – Brasil

ENTRADA FRANCA

Carlos Bica em "O índio de Casaca"
Published in: on maio 13, 2009 at 8:09 pm  Deixe um comentário  

PASSOS

Passos teus em retorno
na solidão da aurora

No silêncio das horas
tua voz em murmúrios

Vozes de águas
no infinito do que cala

Sangra a rosa do colo
no espinho da fanada pétala.

Ney Azambuja (1917)
Professora e poeta. Nasceu em Jaquirana, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Na sua Jaquirana, a “Cigarra Cantadeira”, mantém, às suas expensas, o Espaço Cultural que leva o seu benemérito nome. Publicou quatro livros individuais, todos no gênero poesia e é verbete na Enciclopédia de Literatura Brasileira Afrânio Coutinho (RJ).

Published in: on maio 10, 2009 at 11:32 am  Deixe um comentário  
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Data de nascimento de Mario Quintana - monolinóleo de Paulo Bacedônio

Data de nascimento de Mario Quintana - monolinóleo de Paulo Bacedônio

Published in: on maio 10, 2009 at 6:18 am  Deixe um comentário  

Aulas de violão com Carlos Bica

Aulas de violão com Carlos Bica

Published in: on maio 10, 2009 at 6:14 am  Deixe um comentário  

PEGUEI

Os primeiros minutos do último frio,
uma réstia de sol no meio das flores.
E nem era o fim, era um começo.

Não ficaram vermelhas minhas bochechas.
O frio era brisa e algum silêncio.
Entre o estampido das pipocas, o alarido das crianças
e a prosa matreira das passadeiras

A mente soltou uma vontade. Uma energia.

Eu já sou do outro lado, daquele que não
mais fecha janelas e cortinas.

Que precisa de pouca coisa, não
mais que um sonho,
nem menos que um suspiro.

FERNANDA BLAYA FIGUEIRÓ
Nasceu em Cachoeira do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 11 de junho de 1968. Atualmente reside em Viamão. Em 14 de abril de dois mil e seis, lançou o livro de contos “Ano Novo e Textos Escolhidos”. No mesmo ano, participou da Rádio Comunitária Santa Isabel, apresentando o programa “Encontro com a Literatura”, escreveu o roteiro para a rádio novela “As Noites no Galpão”
Mantém o blog das personagens Linna Franco e sibile, com contos infanto-juvenis (www.linnafranco.weblogger.com.br) Publica, regularmente, contos e poesias no seu site pessoal (www.fernandablaya.com.sapo.pt)

Published in: on maio 10, 2009 at 6:09 am  Deixe um comentário  
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FANTASMASIAS DE MARIA

Maria pensava em ser cantora,
não tinha voz.
Quem sabe então, ser atriz?
Faltava o Xis.
Pintora? Nem de abstrato.
Escritora? Melhor lavar prato.
Para ser santa
tem que ser anta.
Oficial das forças armadas?
Insensível a patriotadas.
Médica, Pedagoga, Dentista?
Nem jeito para repentista.
Atleta, Política, uma Altruista?
Acabou como balconista.
Para ser alguma coisa
é tanta chatice e exigências,
Ela queria só desfrutar da vida
sem ninguém a torrar sua paciência.
Achou melhor fazer um filho
e transferir suas pendências.
Seria tudo uma maravilha
se não fosse outra armadilha.
Acabou todo o seu sossego
sem ter tempo ao arremedo
Passou anos assim envolvida
com merda, mijo e comida.
Quando acabou a infância
pensou respirar tranqüilidade,
vieram os problemas da adolescência
repletos de indecências.
O que um dia ela sonhou
os filhos não iriam retribuir,
não foi nada do esperado
o mundo a enganou um bocado.
Mas quando surgiram os netos
voltaram novas as esperanças,
Os ideais que por ela, seus pais e filhos passaram ilesos,
certamente eles manteriam acesos.
Maria sofria dessa ansiedade
de se sobrepor na sociedade.
Os netos riam de sua conduta,
A velha estava era caduca.

AMÉRICO CONTE (1953)
Nasceu em São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Em 1982 formou-se no curso de Comunicação Visual pela UFRJ. Desde os 19 anos escreve contos, crônicas e poesias sem maiores preocupações quanto a publicações. No desenho e pintura, está envolvido desde a infância, com participação em algumas exposições.

Published in: on maio 10, 2009 at 6:06 am  Deixe um comentário  
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ENQUANTO EXISTO, RESISTO

para Inês Sarmet

Aves migratórias,
nuvens errantes,
pensamentos vadios.

Flores nascem e fenecem
e amores padecem
na separação.

Estou só e a cama
é tanto maior
na desolação.

Entretanto, durmo
e sonho e amanheço,
não desisto

e recomeço.

ANTONIO MIRANDA (1940) – Nasceu no Estado do Maranhão, Brasil. É poeta, novelista, professor universitário (Universidade de Brasilia) e atualmente diretor da Biblioteca Nacional de Brasilia. Membro da Academia de Letras do Distrito Federal. É autor de mais de trinta livros, a maioria de poemas, sendo o mais conhecido, com 12 edições, o TU PAÍS ESTÁ FELIZ, com os textos de um espetáculo que montou em Caracas, Venezuela, nos anos 1971, 1984 e 2007 com o grupo teatral RAJATABLA.
Página do autor: http://www.antoniomiranda.com.br

ELA VENCERÁ

Ela que sempre consideraram
Objecto de luxo e objecto de lixo,
Após servida, logo esquecida
No vazio do quotidiano.

Ela que sempre relegaram
Ao plano secundário,
Rezava o rosário
Para espiar os pecados
Dos seus antepassados,
Por causa da ciência.

Ela que sempre exploraram
Na hipócrita adulação
Ou brutal violação
E diariamente traída,
Senão vendida por amor à vida.

Ela que tragicamente dilacerada
Para tal sociedade,
Encontrará a justiça
No derrube da falsidade
E implantação da igualdade.

ELA…ELA VENCERÁ

BORJA DA COSTA
Poeta nascido em 1946, em Timor Leste, e falecido no dia 7 de Dezembro de 1975, em Díli, durante a invasão do seu país pela Indonésia.

MINHA AMADA RAIVA PRETA

– abutres me ternuram as entranhas
e logo vão tanger-te nua e monstro
e diz ser minha amada raiva preta

o ontem que joguei nas tuas mãos
dorme os ternos rumores duma guerra
e pede fecundado pelas rochas

não tombarei na sombra da espera
te arrancarei dos olhos do teu deus
para mais ofender minha certeza

e tua mão que mima os oceanos
a farei abortar o que te enleva
e ter a perversão que gera a vida

eu choro o que não tens mas quero ter
amei-te pra me dares mais leveza
nem força mais possui o teu perfume

nem vale amaciares esse ventre
porque se ele é fecundo gera a morte
e se está morto estila raiva preta

António Soares (1934)
Poeta, contista, crítico, editor e professor. Nasceu em Mar-Esposende, Portugal. Vive em Porto Alegre, Brasil. È o presidente do Insituto Cultural Português, fundado em 1979, em Porto Alegre.

Published in: on maio 10, 2009 at 5:32 am  Deixe um comentário  
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